brevemente por aqui

segunda-feira, outubro 23, 2006

A derradeira corrida


Se no final do Grande Prémio do Brasil, Fernando Alonso se sagrou bicampeão na disciplina rainha do automobilismo, a bandeirada de xadrez notabilizar-se-á mais por assinalar o fim da carreira de um dos mais brilhantes pilotos de sempre. Amado por muitos e detestado talvez por mais, Michael Schumacher pôs ontem termo a uma carreira de 16 anos, ao longo dos quais se sagrou 7 vezes campeão mundial, subindo ao lugar mais alto do pódio em 91 das 247 corridas que disputou. Mais do que pelas manobras duvidosas que lhe valeram a alcunha de “Dick Vigarista”, Schumacher será durante longos anos recordado como o piloto mais condecorado de sempre, ostentando actualmente todos os principais recordes da modalidade (vitórias, voltas mais rápidas, pole positions e campeonatos conquistados).
Fica agora o vazio para quem, como eu, sempre torceu pela “scuderia Ferrari” na era Schumacher, confesso fã do seu estilo de condução ao volante dos temperamentais bólides italianos. Na memória ficam as primeiras temporadas do alemão na equipa italiana, onde toda a sua perícia deixava qualquer um boquiaberto ao vê-lo conduzir, com mestria, um carro de Fórmula 1 francamente mal preparado como se tratasse de um carro de rally... Se é notório o temperamento polémico de Schumacher, mais unanimemente reconhecida terá que ser a sua genialidade ao volante, patente em manobras que lhe valerão, por largas décadas, o título de melhor piloto de F1 de todos os tempos.